Grêmio estudantil volta na escola São Salvador

Uma das maiores escolas da região está retomando uma das atividades mais importantes e representativas para os alunos: o grêmio estudantil. A escola estadual de ensino médio São Salvador, de Salvador do Sul, realiza no próximo dia 15 de abril eleição do grêmio após quase 10 anos sem atividade na escola. ‘É um desejo antigo dos professores, sobretudo os de humanas, mas quem nos chamou a atenção este ano para a retomada foram os próprios alunos, o que para nós é ainda mais importante’, avaliou o professor Marcos Rovian Klein.

Reunidos para conversar com o jornal Expressão Regional na última segunda, dia 08, os candidatos a presidente e vice das três chapas concorrentes falaram sobre as expectativas e os projetos que pretendem apresentar aos colegas já nesta quarta, dia 10, no debate que participarão a partir das 21 horas, no pátio da escola e com plateia composta pelos alunos. Um misto de ansiedade e uma leve pressão já domina os candidatos, mas o que prevalece é a vontade de colaborar. ‘Dar voz para os alunos, ser um meio de comunicação entre nós e professores, mostrar os acontecimentos sob a nossa visão é um desejo que nos motivou a concorrer’, destacaram as candidatas da chapa 03 (Chapensante), Kainah Specht Flores e Luisa Mossmann. As jovens lembram que ajudaram a fortalecer a ideia da retomada do grêmio estudantil. ‘Desde o 6º ano que nós já falávamos sobre, mas com a pandemia, as coisas estagnaram’, recorda Kainah.

Ismael Augusto Friederich e Cristofer Pacini Holdefer, da chapa 01 (União da liberdade estudantil) enfatizam que o desejo de concorrer veio na aspiração de unir os estudantes e ter mais espaço nas decisões da escola. ‘Mostrar nosso ponto de vista, facilitar os caminhos e ajudar nos eventos são algumas das nossas motivações’, avaliam. O que é corroborado pelos candidatos da chapa 02 (União progressista estudantil), Milena Luise Alflen e Matheus Caiqui Marholt. ‘Não queremos só assistir, queremos participar, ajudar a mover a nossa escola. Estar a par dos projetos e dar voz a todos os alunos, mesmo aqueles mais tímidos, que muitas vezes não se sentem confortáveis para falar’, destacam.

 

O professor Sidnei Schommer, que também está auxiliando e incentivando os alunos, reiterou que o grêmio é uma maneira das decisões não serem uma mão única, partindo somente da direção ou dos professores, mas um exercício de cidadania com a participação ativa dos alunos. ‘Desejamos que não tenhamos só a passividade dos alunos, de acatar as decisões, o grêmio é garantir vez e voz dos estudantes na escola, com representatividade e oportunidade de elaboração de propostas, que eles estão apresentando já na campanha", explica Sidnei. Para a chapa 01, de Ismael e Cristofer, a principal plataforma da campanha é a inclusão social. ‘Ter cada aluno e projeto sendo representado, em todos os âmbitos’, garantem. A chapa 02, de Kainah e Luisa quer reativar a rádio da escola. ‘Além disso, realizar um evento com a participação de todas gerações que passaram pela escola, chamar ex-alunos’. A chapa 03, de Milena e Matheus quer implantar uma caixa de sugestões para que todos alunos possam opinar. ‘E ainda promover uma atividade do júri simulado, sempre abordando pautas que estão sendo discutidas no momento na sociedade, para interação escolar’, sugerem.

 

A eleição do novo grêmio será no dia 15, das 8 às 20h, cujos alunos a partir do 6º ano até o ensino médio poderão votar. O voto não é obrigatório. Cada chapa conta com nove componentes, onde foi respeitada a representatividade, com alunos dos três turnos da escola (manhã, tarde e noite), tendo que obrigatoriamente ter alunos do ensino fundamental e médio, e respeitando a equidade de gênero. Será eleita a chapa mais votada por maioria simples. A posse será no dia 22 de abril.

 

Garantidos por lei, os grêmios são entidades autônomas representativas dos interesses dos estudantes, com finalidades educacionais, culturais, cívicas, desportivas e sociais. E agora estão sendo considerados a maior ferramenta da Secretaria Estadual de Educação para o combate à violência nas escolas, ao bullying e para o desenvolvimento de políticas. ‘Defendemos o grêmio para dar ao aluno o sentimento de pertencimento. A ideia é que ele acompanhe o orçamento da escola, participe da escolha de programas e projetos tocados no ambiente estudantil e seja também um mediador de conflitos’, destacam os professores.