Coral Municipal de Salvador do Sul

Independente da motivação pessoal de cada um, da faixa etária ou qual sua apreciação artística, o ato de cantar em conjunto é uma das mais belas práticas culturais. Exige competências, disciplina, motivação e convívio social. Mas são esses os pilares que fazem com que o Coral Municipal de Salvador do Sul persista há 23 anos.

Foi em 1999 que alguns coralistas perceberam a necessidade de fazer dos ensaios de corais nas igrejas e comunidades mais abrangentes. Então, Joaquim Lunckes (então diretor da cultura), Ladi Renner, Arsênia Weschenfelder, Serginho e Odete Bohn, Marquinhos Weschenfelder e Marilene Pacini Selau (na época secretária da educação) se reuniram e decidiram criar o coral municipal englobando todas as comunidades. Na época, cada uma das localidades rurais e do centro tinham um ou mais corais, mas ao propor o coral municipal, logo aderiram a ideia, que deu e dá muito certo.

Foram muitos os regentes desde então, começando com Airton Grave, em seguida Marcos Flores, Bernardo Schneider, Diogo Ertel e então Martim Altevogt, atual regente.  Os 25 integrantes atuais se reúnem semanalmente na Casa de Cultura Irmão Vicente Slany para os ensaios, sendo que no momento se preparam naturalmente para as festas de final de ano. ‘É uma alegria poder cantar, estarmos juntos, descobrir talentos. Nosso coral é também uma possibilidade de manter as tradições da nossa comunidade e claro, dialogar com nosso município’, destacaram Odete Bohn e Elaide Petry Loff, ressaltando a importância cultural do coral.

Com integrantes que cantam há quase 40 anos, como os professores Jacinto Gonçalves e Marquinhos Weschenfleder, eles destacam que a disciplina é motriz para essa caminhada de sucesso. ‘Mas com certeza a renovação também é muito importante’, explicam. Atualmente a mais jovem coralista é Camila Stein, de 18 anos. Mas além dos integrantes do municipal, os coralistas mais experientes destacam que os coros infantis e juvenis são o futuro. ‘Um município que investe nas crianças terá esse legado garantido com certeza, e é o caso de Salvador do Sul’, explicou o regente Martim.

Se são quase duas décadas e meia de dedicação, uma pausa foi inevitável. A tão sofrida pandemia do coronavírus, que atingiu o mundo todo, foi a única vez que os ensaios deixaram de ser realizados. Em 2020 eles decidiram parar e tentar os encontros virtuais, que não deu certo. Optaram por aguardar por melhores condições sanitárias para voltarem a se ver. Então somente em 2021, com encontros em subgrupos, para evitar aglomerações, que os ensaios retomaram. Em 2022, com a melhora da situação em todo o país, os encontros voltaram com força total, com 37 ensaios realizados até o dia da entrevista e seis apresentações em toda região.

E nesse pique de retomada, com a esperança do primeiro Natal sem restrições pós pandemia, que o Coral Municipal de Salvador do Sul fará uma apresentação memorável. No dia 04 de dezembro, a partir das 17 horas, estarão na famosa Rua Coberta, em Gramado, para uma apresentação na programação do maior Natal do Brasil, o 37º Natal Luz. ‘Abriram inscrições para coros de todo o Brasil e topamos o desafio. Serão 140 coralistas juntos, uma formação inexistente no Brasil, entoando canções de Natal como A Paz, de Roupa Nova, Vem que está chegando o Natal e claro, Noite Feliz’, adiantou o regente.

O repertório natalino conta com 10 músicas e sete grupos entoando-as juntos. Os ensaios ocorrem há dois meses. ‘Será um momento inesquecível’, garantem os coralistas. Após, mais apresentações estão agendadas. No dia 08 de dezembro eles se apresentam no Natal das Comunidades, em Campestre Baixo e no dia 17 de dezembro o Concerto de Natal na igreja Matriz Três Santos Mártires das Missões. Mesmo com a expectativa da volta das apresentações de Natal e a participação no Natal de Gramado, os coralistas estão confiantes de um espetáculo incrível. ‘Estamos todos tranquilos e cientes de que levaremos a cultura do nosso município, respeitando nossas tradições. Sempre fomos importantes dentro da sociedade, somos a linha de frente, que leva o nome do município. Valorizamos e respeitamos isso’, defendem os coralistas. E claro, se divertem e tem o compromisso como terapia.