Salvadorense compartilha sua experiência de superação no Programa de Acolhimento do Hospital Tacchini, em Bento Gonçalves
31/01/2025 às 15:26 - Salvador do Sul
Em um programa que já impactou mais de 3,6 mil pacientes em 2024, o Hospital Tacchini, em Bento Gonçalves, está proporcionando aos pacientes com câncer a oportunidade de conversar com mulheres que já venceram a doença. A iniciativa tem se mostrado fundamental para o bem-estar emocional de quem enfrenta tratamentos como quimioterapia e radioterapia, e, entre as participantes, está a estudante de Psicologia Maria Ilaine Seitenfus, de 42 anos, natural de Salvador.
Maria Ilaine foi diagnosticada com câncer de mama e, desde o primeiro dia, adotou uma postura positiva em relação à doença. Para ela, a saúde mental foi essencial para lidar com os desafios do tratamento. Ao participar do programa, ela compartilha sua história e sua visão de vida, motivando outros pacientes a não desistirem de seus objetivos, mesmo diante da adversidade.
‘Recebi o diagnóstico de câncer de mama e desde o primeiro dia acreditava que era possível ter saúde mental, mesmo com uma condição clínica. Durante a vida, todos nós passaremos por processos difíceis, mas o importante é não desistir de viver a vida de fato e se conectar com o que é importante para nós’, afirma Maria Ilaine.
A estudante de Psicologia é uma das mulheres que, mesmo após o diagnóstico de câncer, segue contribuindo com seu tempo e experiência, ajudando a aliviar o sofrimento de outros pacientes. Ela acredita que dividir seu tempo com pessoas que enfrentam sentimentos semelhantes é um benefício tanto para ela quanto para os outros.
O programa, inspirado em práticas de hospitais de Genebra e do Canadá, oferece um espaço de acolhimento semanal, onde pacientes têm a chance de conversar com mulheres que já enfrentaram os mesmos desafios. As sessões, realizadas durante o tratamento de quimioterapia, têm em média 1h30 de duração e são um momento para refletir sobre o processo de aceitação da doença e encontrar apoio emocional.
De acordo com Adriana Guedes, coordenadora do Núcleo de Experiência do Paciente do Hospital Tacchini, a troca de experiências é fundamental para quebrar o estigma em torno do diagnóstico de câncer. ‘As pessoas viam o diagnóstico como uma sentença de morte, mas a medicina evoluiu muito. Essas pacientes parceiras têm um papel muito importante de quebrar uma barreira. Enquanto estão ali, muitos conseguem expor pela primeira vez o que estão sentindo’, destaca Adriana.
Entre as participantes do programa, também está a advogada e assistente social Silvana Maria Andreolla, 64 anos, que foi diagnosticada com câncer nos ovários aos 54 anos. Silvana, que vive com metástases inoperáveis, enxerga a medicação como uma bênção e acredita que a sintonia entre o tratamento físico e mental é essencial para sua jornada de cura.
‘Meu tratamento é muito invasivo, mas a minha parte mental está em sintonia com o tratamento. Vivo o hoje, não tenho garantia do amanhã, como todos os seres humanos. Dentro desse processo, a palavra que mais encontro é evolução, tanto em relação ao meu tratamento quanto às pessoas com quem posso ajudar’, revela Silvana.
O programa de acolhimento do Hospital Tacchini segue oferecendo uma rede de apoio valiosa para pacientes que estão no caminho da cura, ajudando-os a enfrentar não só os desafios do tratamento, mas também os aspectos emocionais da luta contra o câncer.
A matéria foi divulgada originalmente no Jornal Pioneiro, de Caxias do Sul.