Nome fiel a Bolsonaro, Onyx Lorenzoni tem trajetória marcada por pautas conservadoras
30/09/2022 às 11:49 - Salvador do Sul
Médico veterinário de formação, Onyx Lorenzoni (PL) completa 68 anos no dia do primeiro turno das eleições deste ano, e está envolvido na política partidária desde o final da década de 1980, quando ainda presidia o sindicato de sua categoria profissional e ingressou no Partido Liberal (PL). Retornou à sigla em março, após anos de alternância entre outros partidos de direita. O pai de Onyx, Rheno Júlio Lorenzoni, fundou o Hospital Veterinário Lorenzoni, que se mantém até hoje na capital gaúcha, agora sob comando do filho do político, Rodrigo.
Aliado de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro (PL), Onyx foi peça fundamental na campanha de 2018 e se tornou nome forte do governo antes mesmo da posse, conduzindo o Gabinete de Transição Governamental nos meses entre a saída de Michel Temer e a posse de Bolsonaro. Depois, passou por uma sucessão de cargos no alto escalão bolsonarista: chefiou a Casa Civil, o Ministério da Cidadania, a Secretaria-Geral da Presidência da República e o Ministério do Trabalho e da Previdência, última pasta que liderou, deixando o cargo no final de março para lançar a pré-candidatura ao Piratini.
Exerceu dois mandatos como deputado estadual, e atualmente está no quinto mandato como deputado federal. Na Câmara, defendeu pautas conservadoras como a redução da maioridade penal, a flexibilização do Estatuto do Desarmamento e projetos ruralistas, além de se posicionar contra propostas como as cotas raciais em universidades. Foi um dos maiores apoiadores do impeachment de Dilma Rousseff em 2016 e é crítico ferrenho do PT desde o início da sua carreira. Ele também votou a favor da PEC do teto de gastos e da reforma trabalhista do governo Temer.
Apesar do discurso de tolerância zero com corrupção, Onyx também foi alvo de denúncias. Em meio às investigações da Operação Lava Jato, a delação premiada de Ricardo Saud, ex-executivo da J&F, holding controladora da JBS, revelou que Onyx teria recebido cerca de R$ 200 mil através de caixa dois para sua campanha eleitoral de 2014. O parlamentar admitiu a acusação publicamente e também revelou que havia feito uma tatuagem no braço para se lembrar do que chamou de ‘erro’. Posteriormente, revelou-se que Lorenzoni havia recebido outro valor não declarado em 2012, de R$ 100 mil. Em 2020, o deputado pagou uma multa de R$ 189 mil em um acordo com a Procuradoria-Geral da União para arquivar o processo.