Etarismo? Como a idade virou o tema central da eleição nos EUA

22/08/2024 às 06h11

Cathierine Hoffmann - Jornalista

Cathierine Hoffmann - Jornalista

Jornalista, formada pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Comunicadora multimídia, assessora de imprensa e editora reponsável do Expressão Regional

Etarismo? Como a idade virou o tema central da eleição nos EUA
Etarismo? Como a idade virou o tema central da eleição nos EUA

No dia em que Joe Biden, presidente dos EUA, anunciou que não disputaria a reeleição, percebi o quanto o etarismo é cruel. Aos 81 anos, para 70% dos americanos, Biden era velho demais para ser presidente. A situação piorou quando Biden cometeu gafes públicas, trocando nomes de mandatários de países. Trump, que tem 77 anos, fez parecer que a situação era um problema cognitivo. Aqui no Brasil, essa discussão, em menor proporção, já começou quando se fala na possibilidade de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Caso isso aconteça, o petista terá 81 anos na próxima eleição e, caso vença, se tornará o presidente mais longevo da história do país, título que já é dele.

 

Eu já ouvi coisa pior. Meu pai, quando resolveu se candidatar a prefeito há cerca de 10 anos, estava com 58 anos, e teve que lidar com frases como ‘mas ele devia pendurar as chuteiras na política’. Sempre me incomodei muito com esses comentários. A idade, por si só, jamais deveria ser um fator de discriminação, mas sim a capacidade de exercer plenamente o cargo que tem que ser essencial. Líderes sob constante pressão precisam demonstrar aptidão para lidar com o estresse e tomar decisões racionais. A melhor forma de combater esse preconceito etário é conscientizar a população sobre os problemas que ele pode criar. A discriminação é baseada em estereótipos, disseminados, muitas vezes, pela mídia e pela indústria, que utilizam o discurso anti-idade em campanhas publicitárias, retratando o corpo mais velho como algo indesejável.


Agora, se o etarismo na política tem sido pauta, o preconceito com jovens na política também existe. Um exemplo é Greta Thunberg, 16 anos, ativista. Muitas vezes foi atacada por sua juventude, porque acham que ela não tem o direito à palavra, não tem direito a opinar. Episódios de preconceito geracional tem que ser pedagógico e ensinar para o Brasil que o povo não aceita mais essas atitudes.