Alopecia feminina: como a alimentação pode influenciar na queda de cabelo
24/07/2024 às 07h46
Michele Jaine Ludwig - Nutricionista
Pós-graduação em Comportamento Alimentar na instituição de ensino IPGS - Instituto de Pesquisas Ensino e Gestão em Saúde
É comum que todos os dias, percamos de 100 a 200 fios de cabelo, mas quando essa queda se torna notável com falhas mais evidentes, é extremamente necessária a consulta a um profissional especializado.
A alopecia feminina é uma condição caracterizada pela perda de cabelo nas mulheres. Embora seja menos comum do que na população masculina, ainda afeta um número significativo de mulheres em todo o mundo.
Essa queda de cabelo pode ter várias origens, algumas das quais estão profundamente enraizadas na genética e hereditariedade. Mulheres com histórico familiar de calvície feminina têm maior probabilidade de desenvolver alopecia em algum momento de suas vidas. No entanto, fatores como mudanças hormonais, como a menopausa, gravidez ou distúrbios hormonais, também podem desencadear ou agravar a alopecia feminina. Outros fatores que também podem contribuir são inflamação do couro cabeludo, desequilíbrios nutricionais e, até mesmo, o estresse. Além disso, condições médicas subjacentes, como distúrbios da tireoide, doenças autoimunes ou deficiências nutricionais, também fazem parte dos fatores que podem contribuir para a alopecia feminina.
Nós, como nutricionistas, desempenhamos um papel crucial no tratamento da alopecia feminina, pois a nutrição desempenha um papel fundamental na saúde do cabelo. O desenvolvimento saudável dos cabelos está diretamente relacionado à presença adequada de diversos nutrientes. Os folículos capilares, devido a sua alta atividade metabólica, demandam uma ingestão equilibrada de macro e micronutrientes para funcionarem adequadamente. Portanto, as estratégias nutricionais devem ter como base:
- Dieta rica em nutrientes: Incluir uma variedade de alimentos ricos em nutrientes essenciais, como proteínas, vitaminas (especialmente biotina, vitamina D e vitamina E), minerais (zinco, ferro e selênio), ácidos graxos e ômega-3, pode promover a saúde do cabelo e do couro cabeludo.
* FERRO - fontes carnes vermelhas, miúdos, brócolis, espinafre, lentilha e feijão;
* ZINCO - fontes: carnes, fígado, gema de ovo, grãos integrais, crustáceos, farelos de trigo e nozes.
* SELÊNIO - fontes: castanha do pará, sardinha, atum, gema de ovo, farinha de trigo integral e feijão preto.
* PROTEÍNAS - fontes: carnes vermelhas, frango, peixe, ovos, grãos, queijo e derivados.
* BIOTINA - fontes: nozes, sementes, carnes magras, vegetais de folhas verdes, cenoura e laticínios.
* VITAMINA D - fontes: atum, salmão, bife de fígado, gema do ovo e luz solar.
* VITAMINA E - fontes: óleos vegetais, nozes, amendoim, peixes, verduras e gema de ovo.
* ÔMEGA 3 - fontes: linhaça, salmão, atum, sardinha, azeite, nozes, castanhas, semente de girassol e chia.
- Suplementação adequada: Em alguns casos, pode ser necessário suplementar a dieta com vitaminas e minerais específicos para garantir que as necessidades nutricionais para o cabelo sejam atendidas;
- Hidratação adequada: Manter-se hidratado é fundamental para a saúde geral do corpo, incluindo a saúde do cabelo e do couro cabeludo. Recomenda-se em média 35 ml por kg de peso;
- Redução do estresse: O estresse crônico pode contribuir para a alopecia feminina. Procurar técnicas de redução do estresse, como meditação, yoga ou exercícios de respiração, ou até mesmo iniciar uma terapia pode auxiliar a minimizar os efeitos do estresse no cabelo e na saúde geral.
- Evitar dietas extremas: Dietas extremas que restringem severamente a ingestão de calorias ou nutrientes podem levar à deficiência de nutrientes, o que pode afetar negativamente a saúde do cabelo.